Divergente

11/07/2014


Esse livro, como poucos outros que já li na vida, dispensa comentários. Antes mesmo da metade do livro eu já tinha certeza que ele entraria para minha lista de livros favoritos. E eu não estava enganada; ele entrou mesmo. Pelo simples fato de que é uma história cativante, inteligente e um verdadeiro tapa na cara disfarçado de ficção. Uma distopia perfeita.
Divergente se passa em uma Chicago futurista, onde, após uma Grande Guerra, a sociedade (ou o que sobrou dela) se divide em cinco facções para reconstruir a paz e erradicar a desordem entre os povos. São elas: a Amizade, a Erudição, a Franqueza, a Abnegação e a Audácia. Cada uma delas desempenha um determinado papel dentro da sociedade, e fazer parte de uma facção significa sobreviver, significa ter um propósito. Para entrar em uma facção, os jovens são submetidos a um Teste de Aptidão, que determina para qual facção ele melhor se encaixa. Exatamente como um Chapéu Seletor, porém tecnológico. Logo, os jovens passam pela Cerimônia de Escolha e tomam a maior decisão de suas vidas: seguir a facção de seus pais, onde nasceu e foi criado, a facção que seu Teste de Aptidão indicou ou a facção que deseja se aventurar. Cada escolha acompanha uma grande consequência, e fazer a escolha errada pode significar a desgraça eterna ou a morte.
Após escolher a facção que deseja seguir, o jovem passa por um período de Iniciação, onde é submetido a testes específicos que determinam se ele é digno ou não de se tornar um membro. Falhar durante a iniciação significa se tornar um sem facção, se tonar um invisível para a sociedade.
O livro acompanha a vida de Beatrice, uma jovem nascida na Abnegação, que conforme o Teste de Aptidão se aproxima, mais confusa ela fica. Por um lado, ela sabe que não pertence e nunca pertencerá a facção de seus pais, porém, deixá-la representaria uma grande traição para sua família e para todo o seu povo.
No dia do Teste, o dia que determinaria para sempre sua vida, Beatrice tem uma grande surpresa. Ela tem aptidão para a facção dos pais, diferente do que ela imaginava, porém também é apta para mais de uma facção. Beatrice é uma Divergente. E isso representa um perigo muito maior do que ela imaginava. Escolher uma facção agora não é apenas escolher entre seus pais e sua felicidade, e sim escolher entre a vida e a morte.
A autora escreve em primeira pessoa e no presente. Esse tipo de escrita sempre me irritou, e 90% dos livros assim que eu tentei ler, abandonei logo nas primeiras páginas. Com Divergente foi diferente! Se alguém tem a mesma barreira que eu com esse estilo, pode ter certeza que ela será quebrada na primeira página desse livro. Na primeira mesmo. Desde o começo até o ultimo segundo de leitura, a autora te prende e não solta mais.
O livro não é apenas uma distopia, trata-se de uma crítica severa a sociedade. Em muitos capítulos, me peguei fechando o livro para refletir sobre o quão real aquela ficção me parecia. Me vi pensando o quanto o ser humano é corrompível e como isso acontece com mais frequência do que o esperado.
No entanto, a única coisa que não me agradou foi a riqueza de detalhes em umas partes e a pobreza em outras. Sabemos, sim, que houve um grande evento, uma guerra, que causou a desordem no mundo. Não sabemos, no entanto, o que exatamente ocorreu. Se seria uma terceira guerra, ou seja lá o que for. A autora focou tanto na questão das facções que acabou esquecendo de introduzir como o mundo era antes do ocorrido e o que de falto causou a desordem mundial.
Bom, basicamente, o livro tem muita ação, e as lutas são tão reais que o leitor é capaz de sentir cada soco que é narrado, sentir a agonia de cada morte, e o medo de cada personagem. Recomendo muito a leitura, pois ela te faz rir em algumas partes, te faz chorar em muitas outras e te cativa do começo ao fim.

Segue aqui um trecho do livro, para que vocês possam entender melhor o que cada facção representa:
Há décadas, nossos antepassados perceberam que a culpa por um mundo em guerra não poderia ser atribuída à ideologia política, à crença religiosa, à raça ou ao nacionalismo. Eles concluíram, no entanto, que a culpa estava na personalidade humana, na inclinação humana para o mal, seja qual for a sua forma. Dividiram-se em facções que procuravam erradicar essas qualidades que acreditavam ser responsáveis pela desordem no mundo.
  • Os que culpavam a agressividade formaram a Amizade
  • Os que culpavam a ignorância se tornaram a Erudição 
  • Os que culpavam a duplicidade fundaram a Franqueza
  • Os que culpavam o egoísmo geraram a Abnegação
  • E os que culpavam a covardia se juntaram à Audácia
Trabalhando juntas, as cinco facções têm vivido em paz há anos, cada uma contribuindo com um diferente setor da sociedade. A Abnegação supriu nossa demanda por líderes altruístas no governo; a Franqueza providenciou líderes confiáveis e seguros no setor judiciário; a Erudição nos forneceu professores e pesquisadores inteligentes; a Amizade nos deu conselheiros e zeladores compreensivos; e a Audácia se encarrega de nossa proteção contra ameaças tanto internas quanto externas. Mas o alcance de cada facção não se limita a essas áreas. Oferecemos uns aos outros muito mais do que pode ser expressado em palavras. Em nossas facções, encontramos sentido, encontramos propósito, encontramos vida. Longe delas, não sobreviveríamos.

Um comentário :

  1. Oi Thayná, peguei um template free que você tinha disponibilizado e dei uma personalizada, dá uma olhadinha no www.oblogdamaia.blogspot.com.br ! obrigada mesmo, seu nome está lá :)

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